ÀS CANSEIRAS
Peço –
qualquer dia –
minha
carta de alforria
e saio
deste mundo
pela porta
dos fundos!
Nesta gula
por nadas,
perdi-me
na estrada...
Mas um dia
te encontro
– oh luz
do iniludível!
***
NO CAMINHO DA VOLTA
NO CAMINHO DA VOLTA
Cósmica
poeira
por essa
Láctea,
passo
pelas pedras
dessas
praças
que
qualquer
canto
outro
ser
entre
giros
de
transladações
poderia.
Minha
americanamente
latina
ossatura
pende
só de
pensar
que sou
passagem.
Ventre dos
mundos,
as
galáxias,
muitíssimos
instantes
quanto
antigas
(minúsculos)
me nos
contemplam
entre
músculos
pela
omoplata
do planeta
em meio a
plânctons
polícias,
papeletas
e é
como se em
todo
canto...
Meu corpo
se perde
nos
transes
dessas
luzes
que nas
lonjuras
chovem
e ao redor
senão esse
sopro
ainda
menor
que aquele
que virá /
vislumbrado
a poucos.
E ninguém
estará
a postos!
Tudo a ser
o que se
quase era
num leve
apenas
segundo de
lembrança
antes,
durante
ou depois
de Cristo.
***
A REGRESSÃO FUTURA
Saudades
do que não se pode ter,
saudades
de um lunar que jamais fora
senão o
éter no instante desta Aurora
ante o
livor de um dia aceso... Erguer
da fluida
arquitetura o vão das horas
e a leve
sensação de não se ser
face à luz
que a tantos se demora
em semear
seu canto... Ah! Amanhecer
antes
mesmo à Manhã! Iluminar
o sol e o
último átimo eternizar-
se no ar
de suas fúlgidas molduras.
Fio a fio
o véu tecer da Tarde
que na
Noite mergulha sem alarde
e parte
para além de outras alturas.
Grande poeta!
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