BILHAR
a Ludi e Oswaldo Lamartine
Na
medida exata
em
que a noite corre
não
fico: me ausento
como
quem morre
Entre
lousa e livro
-
único disfarce
que
concedo ao tempo =
mudo-me
a face
que,
no entanto, vária,
inábil,
reprimida,
perde-se
no encontro
tátil
da vida
Bola
sete em rude
pano
de bilhar
marco
meu sem rumo
jogo-de-amar.
***
A PONTE
Salto
esculpido
sobre
o vão
do
espaço
em
chão
de
pedra e de aço
onde
não
permaneço
-
passo.
***
Rua (TRAIRI)
Nos
cubos desse sal que me encarcera
(Pedras,
silêncios, picaretas, luas,
anoitecidos
braços na paisagem)
a
duna antiga faz-se pavimento.
Meu
chão se muda em novos alicerces,
sob
as pedreiras rasgam-se meus passos;
e
a velha grama (pasto de lirismos)
afoga-se
nos sulcos das enxadas,
nas
ânsias do caminho vertical.
Ao
sono das areias abandonam-
se
nesta rua vívidos fantasmas
De
seus rios meninos que descalços
apascentavam lamas e enxurradas.
Meu chão de agora: a rua está calçada.
apascentavam lamas e enxurradas.
Meu chão de agora: a rua está calçada.
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