Vanessa de Mello Brito é curitibana. Começou a
escrever com 7 anos e nunca mais parou. Já deslocou a mandíbula bocejando e em
2006 foi homenageada pelo Centro de Letras do Paraná. É acadêmica de Direito da
UFPR. Espera fazer alguma diferença neste mundo tão indiferente através de sua
poesia, que pode ser encontrado no blog desassossego: http://vanessabrito.blogspot.com
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Quarta-Feira de Cinzas
é
às coisas mal-amadas
sofridas
acabadas
que me apego.
sonetos sem métrica
cartas tétricas
dias em recesso
causas sem justiça
ordem e progresso
cheios de preguiça
***
relacionamento em três atos
Ao ver-te, queria amar-te
Amar é uma arte, ao sabê-lo.
Sem tê-lo, quis chamá-lo
Só de meu, mesmo ausente.
E então, fizemo-nos nós
Ao ter-me, fiz-me presente
Aqui, fiz-me um presente
Ao tê-lo sempre ao meu lado.
Embora sonho, consumado
Soube ateá-lo junto ao fogo
Em parte desse jogo
Tornei-me pesadelo.
às coisas mal-amadas
sofridas
acabadas
que me apego.
sonetos sem métrica
cartas tétricas
dias em recesso
causas sem justiça
ordem e progresso
cheios de preguiça
***
relacionamento em três atos
Ao ver-te, queria amar-te
Amar é uma arte, ao sabê-lo.
Sem tê-lo, quis chamá-lo
Só de meu, mesmo ausente.
E então, fizemo-nos nós
Ao ter-me, fiz-me presente
Aqui, fiz-me um presente
Ao tê-lo sempre ao meu lado.
Embora sonho, consumado
Soube ateá-lo junto ao fogo
Em parte desse jogo
Tornei-me pesadelo.
***
Resumo
Resumo
O que me irrita é o amor infinito pelas coisas finitas
A paixão erudita pelas coisas simplistas
O papel reciclado de palavras plenas
A mentira contida em quaisquer poemas
O haver no meu canto e em tudo que trace
O sofrer do meu pranto e em todo que nasce
Alvorada nascendo enquanto dormiam
E o sol já se pondo enquanto esqueciam
Na noite contida o silêncio que traz
Enquanto um espera, o outro que faz
A angústia daqueles já sem sofrimento
O desejo do antigo e manchado convento
A esperança do enfim já chegar a hora
O sabor do infinito que sempre demora
O aperto da mão e da palavra contentes
Esforço contido em toda as gentes
O desejo de um amor bem mais resistente
Que viva o apesar, o amanhã e o presente
A esperança de tudo ter ficado para trás
O desejo do sempre, do tudo e do mais.
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