Nasceu nas Terras do Sem Fim,
em Itabuna. Teve forte influência do espírito cultural do dos anos oitenta
(poesia, rock, MPB, teatro experimental, cinema independente, política,
pop-art, literatura marginal). Iniciou-se na literatura aos quatorze anos,
ganhando prêmios literários e publicando onze livros, entre eles “O Aprendiz do
Amor” (1993), “Ficar Aqui Sem Ser Ouvido Por Ninguém” (1998), “ArtePalavra –
Conversas no Velho Mundo” (2003), “Um Sentido para a Vida – Uma Biografia de
Diógenes da Cunha Lima” (2004), “Se Um Viajante Numa Espanha de Lorca” (2005),
“Suave é o Coração Enamorado” (2006), “Livro de Imagens” (2009) e “Pequenas
Histórias do Delírio Peculiar Humano” (2012). Viajou meio-mundo, morando doze
anos na Europa e atuando como correspondente dos jornais Folha de S. Paulo, A
Tarde (BA) e O Tempo (MG). Entrevistou muitas personalidades, entre elas quatro
prêmios Nobel de Literatura. Colaborou com revistas brasileiras (Cult, Continente
Multicultural etc.), portuguesas (Focus, Veludo etc.) e espanholas. Publicou
três livros em Portugal. Foi repórter da TV Manchete, assessor de comunicação
da Petrobrás, produtor de peças e shows. Trabalhou em campanhas políticas,
apresentou e dirigiu o programa de TV “Fina Estampa”. Participou de encontros
literários, feiras e bienais no Brasil e na Europa. Mora em Natal, no Rio
Grande do Norte, há cinco anos, onde atua como assessor de comunicação, produz
atividades culturais diversas, edita a revista “Ícone – Turismo & Cultura
no Nordeste” e os blogues www.ofalcaomaltes.com
(cinema clássico) e www.cinzasdiamantes.blogspot.com
(literatura e outras artes). Em 2012,
recebeu o Título de Cidadão Natalense. Em 2013, seu “Pequenas Histórias do
Delírio Peculiar Humano” ganhou o Troféu Cultura de Melhor Livro do Ano
publicado no Rio Grande do Norte.
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A UM DEUS AZUL
Viajei
de carro e de comboio, de navio,
de
avião, e com meus benditos pés.
Continentes,
planaltos, desertos.
Dormindo
sobre fendas e abismos
com
as feras a rondar a poesia
à
vastidão da dor e da esperança.
Verão
de aventura, amor, rebeldia,
nas
águas profundas do nordeste.
Ao
deus azul da juventude,
ergo
a bandeira da liberdade
que
ainda hoje reverencio.
***
OLHARES QUE AMO
Olhares
são marés vivas
que
cintilam no mundo.
Alguns
há que assustam.
Outros,
tão frágeis, suaves,
duram
marcas profundas
na
grande arena da vida.
São
esses raros, delicados,
que
amo.
COISAS
Reúno
fragmentos de coisas.
Coisa
é uma lua cheia,
os
lugares e dias de sol e chuva,
contos
de fadas e de dragões,
a
solidão e monstros inquietos,
o
rompante da natureza,
o
silencio, o que nasce de nós,
perto,
ao redor e tão longe.
Coisa
como o êxtase dos versos de Hilda Hilst,
como
um colar que se quebra,
pérolas
tilintando a rolar pelo chão da delicadeza.
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