FORMOSA
Formosa, qual pincel em tela fina
debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
formosa, qual jamais desabrochara
na primavera a rosa purpurina;
Formosa, qual se a própria mão divina
lhe alinhara o contorno e a forma rara;
formosa, qual jamais no céu brilhara
astro gentil, estrela peregrina;
Formosa, qual se a natureza e a arte,
dando as mãos em seus dons, em seus louvores,
jamais soube imitar no todo ou em parte;
Mulher celeste, oh! anjo de primores!
quem pode ver-te, sem querer amar-te?
quem pode amar-te, sem morrer de amores?!
***
SONETO
Era já posto o sol. A natureza
em ondas de perfume se banhava;
aqui, pendia a rosa, além brilhava
alguma flor de virginal pureza.
Nuvem sutil, de pálida tristeza,
pelo cândido rosto lhe vagava.
nas negras tranças do cabelo estava
murcha e mais triste uma saudade presa.
Oh! pintor que a pintaste! Era mais bela
que a lua deslumbrante de fulgores,
surgindo dentre as sombras da procela!
Ao vê-la, aos meus olhos matadores,
voou meu coração aos lábios dela,
minh´alma ardente se banhou de amores.
Era já posto o sol. A natureza
em ondas de perfume se banhava;
aqui, pendia a rosa, além brilhava
alguma flor de virginal pureza.
Nuvem sutil, de pálida tristeza,
pelo cândido rosto lhe vagava.
nas negras tranças do cabelo estava
murcha e mais triste uma saudade presa.
Oh! pintor que a pintaste! Era mais bela
que a lua deslumbrante de fulgores,
surgindo dentre as sombras da procela!
Ao vê-la, aos meus olhos matadores,
voou meu coração aos lábios dela,
minh´alma ardente se banhou de amores.
***
UM SONHO
ao embarque e partida de uma Senhora.
Ela
foi-se! E com ela foi minh’alma
n’asa veloz da brisa sussurrante,
que ufana do tesouro que levava,
ia... corria... e como vai distante!
n’asa veloz da brisa sussurrante,
que ufana do tesouro que levava,
ia... corria... e como vai distante!
Voava
a brisa e no atrevido rapto
frisava do Oceano a face lisa:
eu que a brisa acalmar tentava insano,
com meus suspiros alentava a brisa!
frisava do Oceano a face lisa:
eu que a brisa acalmar tentava insano,
com meus suspiros alentava a brisa!
No
horizonte esconder-se anuviado
eu a vi; e dois pontos luminosos
apenas onde ela ia me mostravam:
eram eles seus olhos lacrimosos!
eu a vi; e dois pontos luminosos
apenas onde ela ia me mostravam:
eram eles seus olhos lacrimosos!
Pouco
e pouco empanou-se a luz confusa,
que me sorria lá dos olhos seus;
e dalém ondulando uma aura amiga
aos meus ouvidos repetiu adeus!
que me sorria lá dos olhos seus;
e dalém ondulando uma aura amiga
aos meus ouvidos repetiu adeus!
Nada
mais via eu, nem mesmo um raio
fulgir a furto a esperança bela;
mas meus olhos ilusos descobriram
numa amável visão a imagem dela.
fulgir a furto a esperança bela;
mas meus olhos ilusos descobriram
numa amável visão a imagem dela.
Esvaiu-se
a visão, qual nuvem áurea
ao bafejar da vespertina aragem;
se aos olhos eu perdia a imagem sua,
no meu peito eu achava a sua imagem.
ao bafejar da vespertina aragem;
se aos olhos eu perdia a imagem sua,
no meu peito eu achava a sua imagem.
Ela
foi-se! ... E com ela foi minh’alma
na asa veloz da brisa sussurrante,
que ufana do tesouro que levava,
ia... corria... e como vai distante!
na asa veloz da brisa sussurrante,
que ufana do tesouro que levava,
ia... corria... e como vai distante!
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