LEIA A POSTERIDADE, Ó PÁTRIO
RIO...
Leia a
posteridade, ó pátrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado;
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:
Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhando as pálidas areias
Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.
Que de seus raios o planeta louro
enriquecendo o influxo em tuas veias,
quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
Em meus versos teu nome celebrado;
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:
Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhando as pálidas areias
Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.
Que de seus raios o planeta louro
enriquecendo o influxo em tuas veias,
quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
***
BRANDAS RIBEIRAS, QUANTO ESTOU
CONTENTE...
Brandas
ribeiras, quanto estou contente
de ver nos outra vez, se isto é verdade!
Quanto me alegra ouvir a suavidade,
com que Fílis entoa a voz cadente!
Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,
tudo me está causando novidade:
oh como é certo, que a cruel saudade
faz tudo, do que foi, mui diferente!
Recebei (eu vos peco) um desgraçado,
que andou té agora por incerto giro
correndo sempre atrás do seu cuidado:
este pranto, estes ais, com que respiro,
podendo comover o vosso agrado,
façam digno de vós o meu suspiro.
de ver nos outra vez, se isto é verdade!
Quanto me alegra ouvir a suavidade,
com que Fílis entoa a voz cadente!
Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,
tudo me está causando novidade:
oh como é certo, que a cruel saudade
faz tudo, do que foi, mui diferente!
Recebei (eu vos peco) um desgraçado,
que andou té agora por incerto giro
correndo sempre atrás do seu cuidado:
este pranto, estes ais, com que respiro,
podendo comover o vosso agrado,
façam digno de vós o meu suspiro.
***
NISE ? NISE ? ONDE ESTÁS ? AONDE
ESPERA
ACHAR-TE UMA ALMA QUE POR TI
SUSPIRA...
Achar-te uma alma, que por ti suspira,
Se quanto a vista se dilata, e gira,
Tanto mais de encontrar te desespera!
Ah se ao menos teu nome ouvir pudera
Entre esta aura suave, que respira!
Nise, cuido, que diz; mas é mentira.
Nise, cuidei que ouvia; e tal não era.
Grutas, troncos, penhascos da espessura,
Se o meu bem, se a minha alma em vós se esconde,
Mostrai, mostrai me a sua formosura.
Nem ao menos o eco me responde!
Ah como é certa a minha desventura!
Nise ? Nise ? onde estás ? aonde ? aonde...?
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