Soneto
Necessito de um ser, um ser humano
que me envolva de ser
contra o não ser universal, arcano
impossível de ler
à luz da lua que ressarce o dano
cruel de adormecer
a sós, à noite, ao pé do desumano
desejo de morrer.
necessito de um ser, de seu abraço
escuro e palpitante
necessito de um ser dormente e lasso
contra meu ser arfante:
necessito de um ser sendo ao meu lado
um ser profundo e aberto, um ser amado.
Necessito de um ser, um ser humano
que me envolva de ser
contra o não ser universal, arcano
impossível de ler
à luz da lua que ressarce o dano
cruel de adormecer
a sós, à noite, ao pé do desumano
desejo de morrer.
necessito de um ser, de seu abraço
escuro e palpitante
necessito de um ser dormente e lasso
contra meu ser arfante:
necessito de um ser sendo ao meu lado
um ser profundo e aberto, um ser amado.
***
O
mundo que venci deu-me um amor...
O
mundo que eu venci deu-me um amor,
um
troféu perigoso, este cavalo
Carregado
de infantes couraçados.
o
mundo que venci deu-me um amor
alado
galopando em céus irados,
por
cima de qualquer muro de credo.
Por
cima de qualquer fosso de sexo.
O
mundo que venci deu-me um amor
amor
feito de insulto e pranto e riso,
amor
que força as portas dos infernos,
amor
que galga o cume ao paraíso.
amor
que dorme e treme. Que desperta
e
torna contra mim, e me devora
e
me rumina em cantos de vitória...
***
SONETO ANTIGO
Esse
estoque de amor que acumulei
Ninguém
veio comprar a preço justo.
Preparei
meu castelo para um rei
Que
mal me olhou, passando, e a quanto custo.
Meu
tesouro amoroso há muito as traças
Comeram,
secundadas por ladrões.
A
luz abandonou as ondas lassas
De
refletir um sol que só se põe
Sozinho.
Agora vou por meus infernos
Sem
fantasma buscar entre fantasmas.
E
marcho contra o vento, sobre eternos
Desertos
sem retorno, onde olharás
Mas
sem o ver, estrela cega, o rastro
Que
até aqui deixei, seguindo um astro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário