|
Damário Dacruz (1953-2010) nascido em Salvador e cidadão da cidade de Cachoeira, no recôncavo baiano. Poeta, fotógrafo, jornalista, publicitário e produtor cultural. Graduado pela UFBA e pós-graduado pela UNIFACS em comunicação. Filho, primeiro de Mara Cruz, e depois de Ester Vieira, Nair do restaurante, Mãe Giacu Luzia e Mãe Cacho do KETU. Liderou movimentos de cultura e arte na universidade. Lutou pela anistia política e contra a ditadura, foi editor de vários jornais de cultura. Foi diretor de literatura da Fundação Cultural, sindicalista, gerente, coordenador de comunicação publicitária de empresas nacionais e multinacionais. Fotógrafo com várias exposições no Brasil e no exterior. Sua poesia se espalha por centenas de jornais, revistas, sites, blogs e paredes da América Latina. Muitas estradas na poesia. Prêmios conferências e viagens a muitos lugares distantes e por diversas vezes. Três livros e mais de 30 posters-poemas publicados. Criador e coordenador-geral do Pouso da Palavra, espaço de arte, cultura e comunicação, em cachoeira. Pertence a geração de poetas da Bahia dos anos 70/80. Exerceu recentemente o cargo de coordenador de propaganda do governo da Bahia. |
CERTO VÔO
Cada
pássaro
sabe
a rota
do retorno.
Cada
pássaro
sabe
a rota
de si.
Cada
pássaro,
na rota,
sabe-se
pássaro.
***
TODO RISCO
A possibilidade de arriscar
É que nos faz homens
Vôo perfeito
no espaço que criamos
Ninguém decide
sobre os passos que evitamos
Certeza
de que não somos pássaros
e que voamos
Tristeza
de que não vamos
por medo dos caminhos
***
ÚLTIMO POEMA
Avise aos amigos
que preparo o último verso
A vida
dura menos que um poema
E no alvorecer mais próximo
saio de cena.
Poeta Querido Silvério Duque, entre tantos poemas lindos de Damário, segue mais este:
ResponderExcluir--------------------------------------------------------------------------------
Primeiro de Abril de 64 na Rua Direita do Santo Antônio
Ao poeta Miguel Carneiro
O que são
esses navios cinzentos
no meu mar?
O que são
esses olhos de menino
querendo o mar?
Porque dona Mosa,
Pró do Primário,
nunca me falou
que toda ditadura
enfeia a água?
In Inédito 09/11/2005
Miguel Carneiro