Inverno
Um horizonte de chuvas demorado
de seus duros verões levanta os campos
e o inverno se faz de tantas noites
onde se pede o curso dos riachos
A pastagem rasteira retocada
pelas ovelhas da manhã não cresce
nesses perdidos campos da memória
onde um menino vive a sua infância
Cresce na solidão de outros meninos
se preparando agora para o exílio
de estrangeira cidade onde mais tarde
confinados ao sonho pensarão
no abôio das chuvas na doçura
dos campos transformados pelo inverno.
Um horizonte de chuvas demorado
de seus duros verões levanta os campos
e o inverno se faz de tantas noites
onde se pede o curso dos riachos
A pastagem rasteira retocada
pelas ovelhas da manhã não cresce
nesses perdidos campos da memória
onde um menino vive a sua infância
Cresce na solidão de outros meninos
se preparando agora para o exílio
de estrangeira cidade onde mais tarde
confinados ao sonho pensarão
no abôio das chuvas na doçura
dos campos transformados pelo inverno.
***
Crepúsculo
Silencioso
Solitário
Sinistro
Um sol-poente
Celebra o suicídio da tarde.
Silencioso
Solitário
Sinistro
Um sol-poente
Celebra o suicídio da tarde.
***
A
Morte
A morte aparece
sem fazer ruído.
Senta-se num canto
fica indiferente
com seu ar de calma
absoluta.
Mira longamente
o quarto o retrato
a cama os remédios
postos entre os livros
sobre a mesa escura.
Depois se levanta
sem nenhuma pressa
sem impaciência
retorna ao seu mundo
a morte, de gestos
claros e serenos.
A morte aparece
sem fazer ruído.
Senta-se num canto
fica indiferente
com seu ar de calma
absoluta.
Mira longamente
o quarto o retrato
a cama os remédios
postos entre os livros
sobre a mesa escura.
Depois se levanta
sem nenhuma pressa
sem impaciência
retorna ao seu mundo
a morte, de gestos
claros e serenos.
Silvério:
ResponderExcluirParabésns. Já conhecia este poeta piauense de grande expressão
lírica, força criativa as mais das vezes telúrica, repassada de
elementos da saga geográfica nordestina, um mestre na elaboração e no
culto da forma do soneto. Creio tê-lo lido entre os poetas bissextos
saudados e divulgados por Manuel Bandeira, depois em antologias.
Mais
uma vez, meus parabéns por este precioso trabalho de divulgação.
Um abraço.
Florisvaldo Mattos