Filho do casal Odylo de Moura
Costa e Maria Aurora Alves Costa, transferiu-se ainda criança do Maranhão para
o Piauí, onde fez estudos primários e secundários em Teresina, os
primeiros no Colégio Sagrado Coração de Jesus e os segundos no Liceu Piauiense.
Desenvolveu, assim, dupla afetividade de província, fraternalmente desdobrada
entre as duas cidades, e estendida a Campo Maior, no Piauí, onde
nasceu sua mulher, D. Maria de Nazareth Pereira da Silva Costa, com quem se
casou em 1942, sob a bênção de três poetas: Manuel Bandeira, Ribeiro
Couto e Carlos Drummond de Andrade, padrinhos do casamento. Mas já
aos 16 anos, em março de 1930, Maranhão e Piauí ficaram
para trás e Odylo Costa, filho, em companhia dos pais, fixou-se no Rio de
Janeiro, bacharelando-se em Direito, pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade
do Brasil, em dezembro de 1933. Desde os 15 anos, porém, já se revelava no
jovem maranhense a vocação de jornalista, que encontrou, aliás, seu primeiro
abrigo no semanário Cidade Verde, de Teresina,
fundado em 1929. Por isso mesmo, em janeiro de 1931, conduzido por Félix
Pacheco, entrou Odylo para a redação do Jornal do Commercio, onde
permaneceu até 1943. O jornalismo, entretanto, embora ocupando boa parte de sua
atividade intelectual, não o fazia esquecer a literatura e, em 1933, com o
livro inédito Graça Aranha e
outros ensaios, publicado no ano seguinte, obtinha o Prêmio Ramos Paz da Academia
Brasileira de Letras. Em 1936, em colaboração com Henrique Carstens, publica o Livro de poemas, de 1935, seguido, nove
anos mais tarde, do volume intitulado Distrito
da confusão, coletânea de artigos de jornal em que, nas possíveis
entrelinhas, fazia a crítica do regime ditatorial instaurado no país em 1937.
Mas o jornalismo, apesar desses encontros sempre felizes com a literatura, foi
na verdade sua dedicação mais intensa, exercido com notável espírito de
renovação e modernidade. Deixando o Jornal
do Commercio, Odylo Costa, filho, foi sucessivamente fundador e diretor do
semanário Política e Letras (de Virgílio
de Melo Franco, de quem foi dedicado colaborador na criação e nas lutas da União
Democrática Nacional); redator do Diário
de Notícias, diretor de A Noite e
da Rádio Nacional, chefe de redação do Jornal
do Brasil, de cuja renascença participou decisivamente; diretor da Tribuna da Imprensa; diretor da revista Senhor (1961 — 1962); secretário do
Cruzeiro Internacional; diretor de redação de O Cruzeiro e, novamente, redator do Jornal do Brasil, função que deixou em 1965, ao viajar para Portugal como
adido cultural à Embaixada do Brasil. Mas nem sempre, ao longo dessa
extraordinária atividade, foi apenas o jornalista de bastidores, o técnico
invisível. Em 1952 e 1953, exerceu a crítica literária no Diário de Notícias, onde também criou e manteve a seção
"Encontro Matinal", juntamente com Eneida e Heráclio Sales. Durante
prolongado período, publicou uma crônica diária na Tribuna da Imprensa. Em 1953
foi eleito membro da Academia Maranhense de Letras, sucedendo Clodomir Cardoso,
jurista, escritor e político maranhense falecido em 31 de julho daquele
ano. A partir de 1963, circunstâncias dolorosas levaram-no de volta a uma
prática mais constante da poesia, que não abandonara de todo embora fugisse à
publicação em letra de fôrma e até mesmo à leitura pelos amigos mais íntimos. E
foi o maior deles, Manuel Bandeira, ao preparar a segunda edição da sua Antologia dos poetas brasileiros bissextos
contemporâneos, o primeiro a ler alguns desses poemas, sobretudo os
inspirados pela morte de um filho ainda adolescente, que tinha seu nome, poemas
esses que Manuel Bandeira colocava entre "os mais belos da
poesia de língua portuguesa". Animado ainda por Manuel Bandeira, Raquel
de Queirós e outros amigos, Odylo Costa, filho, reuniu afinal seus versos
em volume publicado em Lisboa em 1967. Ampliado com os poemas da Arca da Aliança e abrangendo toda a
poesia do autor, saiu o volume Cantiga
incompleta em 1971. Mas se a poesia foi constante presença em sua vida, a
ficção também participou de sua bibliografia literária desde 1965, quando, aos
50 anos, publicou a novela A faca e o rio, traduzida para o inglês pelo
professor Lawrence Keates, da Universidade de Leeds, e para o alemão
por Curt Meyer-Clason. Com o mesmo título, A faca e o rio foi
adaptada para o cinema pelo holandês George Sluizer. À
edição portuguesa de A faca e o rio (1966),
acrescentou Odylo Costa Filho, o conto A invenção da ilha da Madeira, nova e feliz experiência do
ficcionista até então oculto pelo poeta, e ainda prolongada no conto História de Seu Tomé meu Pai e minha Mãe
Maria, em edição fora do comércio.
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