Mostrando postagens com marcador Mariel Reis. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mariel Reis. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

MARIEL REIS (1976- )

Graduou-se em letras pela UERJ e integrou os conselhos editoriais das Revistas Confraria do Vento e Paralelos'. Esteve presente como autor convidado na edição de 2006 da Primavera dos Livros. Seu livro Vida Cachorra tem prefácio de João Anzanello Carrascoza e quarta capa de Paulo Lins. Teve textos publicados em diversos periódicos e sítios como Rascunho, O Bule, Panorama da Palavra, Germina Literatura, Ficção n° 11, Celuzlose, Rio Letras, Outros Baratos (Revista do Sebo Baratos da Ribeiro), Patife, CronópiosConfraria do Vento, Dubito Ergo Sum, Revista Maria Joaquina, Pitanga e 365 (os dois últimos publicações portuguesas). Participou das antologias Paralelos: 17 contos da nova literatura brasileira, 4 contos, Prosas cariocas: uma nova cartografia do Rio e Como se não houvesse amanhã. 




O CÍRCULO



Não se exaspere com a morte.
É apenas uma palavra –
Mesmo cava dentro do peito –
Repleta de sons agudos.
Não, não se intimide
Com o susto
Embora parte do meu rosto
Permaneça indecifrável
E repouse, nessa sala,
Sob o escuro.


***

OS ANJOS SÃO ESPIÕES


I

Os anjos são espiões
Habitando entre as estrelas...
Ó criatura tão perfeita
Que provoca o ciúme celestial,
Por que não lhes pede um par de asas
E vai morar com eles no céu?


II

Embaixo do pessegueiro em flor
Sob a noite que ascende no horizonte,
O aroma mistura-se ao calor
que sobe da terra.
Consulto as estrelas
para saber quem sou,
E a lua brilha no Oriente.


III

Para consorte o bom amante
Deve seguir duas regras:
Tornar o amor sempre presente
E rodar por toda a terra
Murmurando apenas o nome
Que é a chave de sua alma...
Para quando a morte o chame
Mostrar que é um caminho sem volta
O coração do amante.


***


A FONTE


A fonte incessantemente
Murmura o seu nome,
Nada interrompe
Suas mil línguas
De lavrar na pedra
A promessa da eternidade.
Se amor ou o acaso
Desconheço a necessidade
De distingui-los com precisão
Porque segue marcado
Com seu brilho agudo
Dentro de meu peito.