quarta-feira, 9 de maio de 2012

ROBERVAL PEREYR (1953 - )


Nasceu em Antônio Cardoso-Ba, em 1953. Em 1964, mudou-se para Feira de Santana, onde vive. É poeta, ensaísta e professor universitário. Tem Mestrado em Letras (UFBA) e faz atualmente Doutorado na Unicamp. Vencedor de vários prêmios literários e tem inéditas quatro novelas e a maior parte da sua produção poética. Publicou os livros de poesia: Iniciação ao estudo do um (com Antônio Brasileiro, em 1973); Cantos de sagitário, (1976); As roupas do nu (Coleção dos Novos, em 1981); Ocidentais (1987) e O súbito cenário (1996), Amalgama e poesia anterior (2006) e Mirantes (2011), ganhador do prêmio Brasken de Literatura (promovido pela Academia de Letras da Bahia).  Participou de: Poesia latino-americana. (Buenos Aires, 1976; Antologia - I Concurso Nacional de Poesia Vinicius de Morais, 1984; e Poemas fora da ordem - Concurso Nacional: Prêmio Caetano Veloso de Poesia (Antologia, 1993 - 10 lugar). Pubicou nas revistas: Tapume, Hera, a qual é co-editor, Serial, entre outras...



SONETO


Foram-se enfim os desejos.
O que restou? Só a tarde.
E a memória da sede,
e este peito que arde.

A brisa é doce e me traz
a paz que não me pertence;
porque, irmão, não há paz,
mas esta dor que me vence.

Vou só, pela estrada torta:
um rastro de urso à frente
e cem demônios às costas.

O meu segredo? É o vento,
que tange meus pensamentos
ao campo das horas mortas.


***



VISÃO


Tudo é como é, já dizia o mestre.

Grande mentiroso esse mestre.
Imensamente
                            preciso.




***



LÍRICO

A golpes lentos, divago:
antiga a paz que me guia.
À sombra o rosto e o lago
onde Narciso, o mirado,
me desvia.

De onde venho, me mato.
E onde me acham, há dor.
Alguém apaga meus passos
(um mago?) com uma flor.

E os golpes, cadenciados,
fundem o lago e o rosto
à voz de um outro, sem lábios.








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