FLOR DE FIM
Como
saber?
Se a tristeza é breve
se a alegria é forte
se a paz é leve.
Se a fé rebrota
no inverno gris.
Se teus dedos
na madrugada
fazem meu fim.
Como saber?
Entender tua cor.
Como saber?
Se já não sou.
Como não ser?
Se nós somos flor...
***
LONGE
***
LONGE
Mas
se eu tiver que ser sozinha, serei inteira
serei
plácida, como o lago que espera a chuva
como
a chuva que busca a manhã.
E
se eu tiver que ser escura, serei grandiloquente
se
tácita, valente
se
árida, compreensiva, ao menos
se
ainda assim severa... então liberta.
E
se me perder de tudo, e até do fim...
possivelmente
eu serei nova
como
o verão, no céu de janeiro
como
janeiro, no céu de Paris!
Seja
lá onde for Paris...
Hoje,
em qualquer lugar, longe daqui. Longe, longe...
***
ESPELHO
Tenho
em mim toda a calma e toda a falta
tenho
tuas feições delicadas
dormindo
lânguidas em paredes cálidas
e
tenho tua cor, tua sutil flor em rosa...
–
um vazio que chamo apenas de amor.
Fiz-me
escada louca pra mirar tua boca
e
cair do alto da morada frouxa
que
é tua louça, que é tua roupa
que
é teu rosto suposto no espelho
da insensatez
–
não, não me quebres... eu sou teu resto!
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