sexta-feira, 3 de julho de 2015

ARAYLTON PÚBLIO (1965 - )



Araylton Públio é natural de Urandi, Bahia, mas há muito fincou suas raízes em Feira de Santana, onde se licenciou em Letras com Inglês e fez mestrado em Literatura e Diversidade Cultural, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e atua como professor. Para falar a verdade, Araylton é um artista de múltiplas faces. Há muito vem atuando como dramaturgo, diretor teatral e ator. Seus palcos: Feira de Santana e São Paulo. Paralelamente, jamais deixou de fazer suas incursões no terreno da poesia. Publicando sempre em jornais e revistas, e em seus livros, cujos principais títulos são Trovadores (Edições MAC, 2007); Sinais de transe (Edições MAC, 2007) e Canção dos corações foragidos (Salvador: Secretaria de Cultura e Turismo do Estado da Bahia, Fundação Cultural do Estado da Bahia, EGB, 1998.). 





SE É QUINZE DE NOVEMBRO...


Se troveja Deus está zangado
Se cai um garfo é uma mulher chegando
Estou cá no meu quarto escrevendo poemas
Que são borboletas que rapto

Uma amarela e preta aparece-me desde a infância
Uma fada sorrateira que contemplo em paciência

Se estou triste é porque sou Cristo
Se penso muito e pouco faço, não existo
Sou a metáfora alojada em mim
De asas pretas e amarelas...
Revoando enlouquecida


***


 
AI CAI


Troveja sobre nós
O céu se movimenta
Em caravelas azuis

Um instante de luz quebra o espaço
A chuva a cair sobre nós
Cai, cai, o tempo
Estamos a sós

A carruagem do destino que nos carrega
Está sem cocheiro


***


 
A CHEIA


Posta no olho do céu de prata
Lua enche os olhos d'água
Fica cheia a madrugada
Com pingos de estrelas pelas portas

A sete mil distâncias de mim
Mar de prata estancado
A grande chuva já se foi
Firmamento do espelho invertido

Uma estrela te segue
Ouço a tua derrama por dentro
Posta no centro do mar sedentário
Em ti eu saio, e me encho


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