Dom Pedro
II (Pedro
de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula
Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança) nasceu no Palácio da Quinta
da Boa Vista, Rio de Janeiro, Brasil, no dia 02 de dezembro de 1825. Filho do
Imperador Dom Pedro I e da Imperatriz Dona Maria Leopoldina. Ficou órfão de mãe
com apenas um ano de idade. Com nove anos perdeu também seu pai. Era o sétimo
filho, mas tornou-se herdeiro do trono brasileiro, com a morte de seus irmãos
mais velhos. Cresceu aos cuidados da camareira-mor Dona Mariana Carlota de
Verna Magalhães Coutinho, mais tarde condessa de Belmonte. No dia 2 de agosto
de 1826, Dom Pedro foi reconhecido como herdeiro da coroa do império
brasileiro. No dia 7 de abril de 1831, seu pai Dom Pedro I, que vinha
enfrentando severa oposição política, acusado de favorecer os interesses
portugueses no Brasil independente, abdica do trono e embarca de volta a
Portugal, deixando Pedro como regente, com apenas cinco anos de idade. Para
tutor de Pedro, seu pai nomeou José Bonifácio de Andrada e Silva. Com a
abdicação e a menoridade do herdeiro do trono, foi eleita pela Assembleia,
obedecendo à Constituição, uma Regência Trina até a maioridade de Dom Pedro.
Estando o Senado e a Câmara de férias, foi eleita uma Regência Trina
Provisória, que permaneceu de 7 de abril a 17 de junho de 1831. Em seguida foi
eleita a Regência Trina Permanente, entre 1831 e 1835. A Regência Una de Feijó
governou entre 1835 e 1837. E a Regência Una de Araújo Lima governou entre 1838
e 1840. Durante a menoridade, Dom Pedro teve aulas com diversos mestre
ilustres, escolhidos por seu tutor José Bonifácio. Estudou caligrafia,
literatura, francês, inglês, alemão, geografia, ciências naturais, pintura,
música, dança, esgrima e equitação. Os liberais moderados governavam o País com
dificuldades, enfrentando os que preferiam a República. Outro grupo queria a
volta de Dom Pedro I. As crises se acumulavam. Em 1840 os conservadores
mantinham a maioria parlamentar e fizeram aprovar a Lei de Interpretação do Ato
Adicional que reduzia as conquistas feitas pelos liberais. Esses, inconformados
começaram a luta pela maioridade do imperador, então com 15 anos. No dia 23 de
julho de 1840, Dom Pedro II é coroado Imperador. O ato ficou conhecido como o
Golpe da Maioridade. Os primeiros anos de reinado de Dom Pedro II foram de
aprendizado político. Aplicava-se inteiramente aos negócios de Estado, exercia
a risca a Constituição. Aos poucos o país se pacificava. No dia 3 de setembro
de 1843, Dom Pedro II esperava no porto, sua futura esposa Teresa Cristina de
Bourbon. O casamento era um arranjo político com Francisco I, rei das Duas
Sicílias. Tiveram quatro filhos, mas só sobreviveram Isabel e Leopoldina. A
vida na corte era calma. As portas do Palácio Isabel, hoje Palácio Guanabara,
eram abertas quatro vezes por ano, ao corpo diplomático e à nobreza. No início
de seu governo, Dom Pedro II fez viagens diplomáticas às províncias onde
estavam ocorrendo conflitos. Em 1850, Dom Pedro II ainda não completara 25
anos, mas seu império já estava consolidado. A constituição de 1824, com as
modificações introduzidas pelo Ato Adicional, dava ao Imperador um Governo
quase autocrático. Mas Pedro II optou, sempre, pela moderação. Os partidos
políticos do Império representavam a aristocracia rural e a técnica política do
Imperador era revezar os partidos no poder. Essa política sobreviveu por quase
vinte anos. Dom Pedro era acusado de dedicar mais tempo aos livros do que às
questões políticas. O império que gozava de certa prosperidade econômica
começou a perder o equilíbrio, com as guerras na região do Rio da Prata. As
forças imperiais lutaram em 1850, contra Rosas e Oribe e em 1864 contra
Aguirre. Em 1865, teve inicio a Guerra do Paraguai, que durou cinco anos e
finalmente o Paraguai foi vencido. Ao terminar a guerra, o movimento
abolicionista tomava impulso e no Rio de Janeiro fundava-se em 1870, o Partido
Republicano. Na década de 70, Dom Pedro II viajou duas vezes à Europa, deixando
sua filha a Princesa Isabel como Regente. Em ambos os momentos a princesa
resolveu causas difíceis. Em 1871, assinou a lei do Ventre Livre e em 1875 foi
resolvida a Questão Religiosa. Em 1886, Dom Pedro adoece e parte novamente para
a Europa. No dia 13 de maio de 1888, com a Regência da Princesa Isabel, é
assinado o decreto que acaba com a escravidão no Brasil. O ideal republicano
que surgiu no Brasil em vários movimentos, como na Guerra dos Farrapos e na
Revolução Praieira, só após a Guerra do Paraguai ressurgiu e se fortaleceu. No
dia 15 de novembro de 1889, pela conjugação de interesses políticos, o governo
imperial foi derrubado. Estava proclamada a República no Brasil. No dia
seguinte organizou-se um Governo Provisório, que deu 24 horas para Dom Pedro
deixar o país. Dom Pedro de Alcântara embarca com a família para Portugal. Era
17 de novembro de 1889, dois dias após a proclamação da República. Chegando em
Lisboa no dia 7 de dezembro seguiu para o Porto, onde a imperatriz morreu no
dia 28 do mesmo mês. Pedro, com 66 anos, segue sozinho para Paris, onde fica
hospedado no Hotel Bedford, onde passava o dia lendo e estudando. As visitas à
Biblioteca Nacional eram seu refúgio. Em novembro de 1891, doente não saia mais
do quarto. Morreu no dia 5 de dezembro de 1891, em consequência de uma
pneumonia. Seus restos mortais são transladados para Lisboa, e depositados no
convento de São Vicente de Fora, juntos aos da esposa. Quando revogada a lei do
banimento em 1920, os despojos dos imperadores foram trazidos para o Brasil e
depositados na Catedral do Rio de Janeiro, em 1921. Em 1925, foram transferidos
para Petrópolis.
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