RECADO NO AVIÃO*
busco
em você o sol do meu sistema
eu circulando sempre ao seu redor.
busco em você o bem e o mal de amor
o sonho o carnaval e a dor maior
não sei em que sessão, em que cinema
você nasceu do mar como sereia,
desde que encarnação você passeia
na Ipanema da imaginação
só sei que é cedo sempre que te vejo
e acendo o sol de que o desejo é feito
e fica aqui pairando e percebendo
que até agora o mundo era imperfeito
eu circulando sempre ao seu redor.
busco em você o bem e o mal de amor
o sonho o carnaval e a dor maior
não sei em que sessão, em que cinema
você nasceu do mar como sereia,
desde que encarnação você passeia
na Ipanema da imaginação
só sei que é cedo sempre que te vejo
e acendo o sol de que o desejo é feito
e fica aqui pairando e percebendo
que até agora o mundo era imperfeito
***
CANÇÃO DO EXÍLIO
o
poeta sem sua plumagem
é
um deus exilado do cosmo
strip-teaser
metafísico
só
lhe resta sambar no inferninho
do caos
sob
os neons do nada
sempre
nu diante do espelho
sem
espelho diante de si
***
AUTORRETRATO DEPRÊ
não
sei mais quase nada do que fui
toda
a memória vai virando escombros.
hoje
me reconheço mais nos outros
poetas
que freqüento desde sempre.
a
face deles segue imperturbada
enquanto
eu sofro as erosões do tempo.
todo
poeta nasce um pouco póstumo
como
volúpia de vencer a morte.
a
morte, esse ser vasto e corrosivo
que
nos vai corroendo desde dentro
* Todos os poemas desta postagem foram uma sugestão de meu amigo e crítico literário Jessé de Almeida Primo
* Todos os poemas desta postagem foram uma sugestão de meu amigo e crítico literário Jessé de Almeida Primo
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