terça-feira, 5 de janeiro de 2016

YEDA SCHMALTZ (1941-2003)


Nasceu em Tigipió, Pernambuco, mas, ecém-nascida, foi levada para Goiás, passando a residir em Ipameri, terra do seu pai. É neta do poeta Demóstenes Cristino um dos iniciadores do modernismo em Goiás. Bacharel em Letras Vernáculas e em Direito. Professora da Universidade Federal de Goiás, Instituto de Artes. Em toda a sua vida literária ganhou muitos prêmios, como o da Associação paulista de críticos de Arte, em 1985, pelo livro Baco e Anas Brasileiras. Entre os muitos livros que publicou, encontram-se: Caminhos de mim (1964); Tempo de semear (1969); A alquimia dos nós (1974); Baco e Anas brasileiras (1985); A forma do coração (1990); Vrum, 1999; Chuva de ouro, 2000 e Urucum e alfenins – Poemas de Goyaz, 2002.






AMOR


Amor, se houve, eu tive.
De lembrar o amor
em poesia,
minha alma
sobrevive.


***


OITANTE


Alguém fabricou para mim
Uma estrela particular;
Este calor sem-fim.

Receita para se fabricar
uma estrela: é só queimar
átomos de hidro/gênio
por meio da fusão do olhar,
isto é, nuclear.

Fórmula: Bill Gates
que é igual a Olavo Bilac,
ovindo as janelas,
(E acreditar que vai brilhar, ter fé.)

Mas não se esqueça:
amai para entendê-la.
Quantos celulares fantasmas
há por aqui! Cibernéticos na linha.
Ai, que saudade que eu tenho
do tempo de Ivanhoé!



***


MINHA ALMA É TRISTE

Minha alma é triste
como o cerrado goiano.

Minha alma existe
sem ter achado o que amo.

Minha alma insiste
ao menos na beleza:

poemas feitos de hibiscos
— brincos rubros de princesa.


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