Setembro
Mas
se é setembro
e flores não acordam
o olhar antigo
entre as angústias presentes
e o desabrigo
das estações,
e não há caminhos
senão repartir
os passos de amanhã
sobre as mesmas sombras,
como sabê-lo se a mim chegas
por becos onde não há
mais que essas flores de agonia
nascidas da certeza
de que morrem os dias
à margem dos dias?
e flores não acordam
o olhar antigo
entre as angústias presentes
e o desabrigo
das estações,
e não há caminhos
senão repartir
os passos de amanhã
sobre as mesmas sombras,
como sabê-lo se a mim chegas
por becos onde não há
mais que essas flores de agonia
nascidas da certeza
de que morrem os dias
à margem dos dias?
***
ITABUNA
Se não há montanhas,
como escalá-las?
Se não há florestas,
Com embrenhar-me
em sombras
que não estas?
Se não há o mar,
como falar de águas
e horizontes?
Sou o cantor
desta planície
e me abismo
em mim,
e desço aos outros
de mim,
e sofro os outros
de mim.
***
Os
dias
Caminho
em
tudo carne,
carne
prisão cela
e
o navio que não parte.
Os
deveres, sim os deveres!
Salas,
papéis, os poemas
dominicais.
Chora o pássaro.
Os
arcabouços, viseiras sempre
por
tirar.
Passageiro
de outro expresso,
o
que não parte.
Voltar
não é retornar
ao
mesmo lugar.
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