Fios
de cabelos
Era
uma noite de olhos e lábios
uma noite de poeiras...
Eram ventos e fantasmas
capengas como a própria vida.
uma noite de poeiras...
Eram ventos e fantasmas
capengas como a própria vida.
Eram
turvas as colinas
sem o romantismo viciado dos quintais.
sem o romantismo viciado dos quintais.
Eram
quatro horas da tarde
e eu não conseguia compreender o tempo,
mesmo por entre fios de cabelo
que dançavam, soltos, no ar...
e eu não conseguia compreender o tempo,
mesmo por entre fios de cabelo
que dançavam, soltos, no ar...
***
Entre pisadas
Na contramão do infinito,
um fio de luz anuncia o tempo
e entre pisadas, estremeço,
parado, mudo, perplexo...
Na vala da vida,
crânios quebrados
gargalhando seus sarcasmos
e um homem velho
brinca, alheio à inquietude dos espaços...
***
Pedras
e ruas
A
rua não é mais a mesma;
a
noite não é mais a mesma;
a
Lua procura ansiosa;
o
teu corpo que guarda um corpo.
As
pedras da rua não são mais as mesmas...
Busco
inútil pelo sorriso.
A
roseira ainda guarda um fio de cabelo
que
o vento brinca, balançando-o.
As
pedras, a rua e eu
não
são mais os mesmos...
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