quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

BERNARDO SOUTO (1982- )

Bernardo Valois Souto nasceu em Recife-PE em setembro de 1982. É bacharel em  Crítica Literária pela Universidade Federal de Pernambuco e mestre em  Literatura e Cultura: Estudos Comparados pela Universidade Federal da Paraíba. Publicou poemas em revistas literárias como  Zunái e Caqui. É autor do livro Elogio do silêncio (2010) – poemas.





PLATÃO

apalpar
a pele
da Sombra—
esse pássaro que nunca é o mesmo—
até que a Treva
inunde o Silêncio


***


versos escritos no vento


só os pássaros
conhecem o além

**


velho xadrez
o sopro do vento
derruba os reis

**


gotas d’água
na lâmina do lago
flores de cristal

**


chuva verde
sobre serra negra
pirilampos

**


dança das flores
no ermo da mata
o grito da garça


**

noite escura
o vôo da coruja
QUE FRIO



***




metafísica das borboletas

serão almas
das flores de outrora?

2 comentários:

  1. Quantos poemas existem no mundo se referindo a borboletas como flores (ou mais exatamente pétalas) soltas no ar? Tem um verso de Damário da Cruz, péssimo poeta, aliás, que é um plágio de um poema de Quintana, e diz mais ou menos assim: "borboletas são flores que decidiram ganhar o mundo". Essa ideia ou metáfora já se encontra na natureza, não carece de trazê-la à cultura, por poemas ou filosofias... Damário era de uma burrice em poesia invejável... O famoso poeminho de Quintana, como ele gostava de chamar os poemas pequenos, diz o seguinte: "Uma borboleta amarela?
    Ou uma folha seca
    Que se desprendeu e não quis pousar?"

    E ainda tem uma frase, que atribuem a Clarice Lispector (na internet, mas Clarice não era tão idiota): "Borboleta é uma pétala que voa". Pois bem, tudo isso é um comentário ao último "poema" desse rapaz, postado nessa página... o da metafísica... como todo jovem, a vontade de impressionar intelectualmente é do tamanho de um poema épico. Cita Platão e usa palavras como "metafísica". Bastaria ter lido um poema de Quintana para saber o que não fazer... De todo modo, é tudo muuuuito ruim, do que esse menino escreve. Até Cleberton é melhor...
    Henrique Wagner

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    1. Certamente V. S.ª, personificação da sapiência no que se refere à criação poética, não conhece a teoria dos modelos metafóricos de Jorge Luis Borges (caso contrário, não diria tantas asneiras acerca do binômio pétala-borboleta). É bem possível, aliás, que V. S.ª-- profundíssimo conhecedor da 'ars poetica'-- sequer tenha ouvido falar em Jorge Luis Borges...

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